sábado, 9 de outubro de 2010

Filosofia/Manifesto da Tabuleta

-Dedicatória:

Se tal Aires morto, vivo for, lhe dedico tal texto e espero que não venha puxar minha perna.

-Fato concreto:

Como visto por Aires, temos aqui um moço de nome Custódio que tem sua placa velha estragada por cupins e, para que as pessoas notem seu comércio, a nova deve conter os mesmos dizeres da anterior:
"Confeitaria do Império"
Custódio se dirige a residência de Aires e lhe confgessa o gosto pela placa antiga. Diz que não é pelo dinheiro gasto (apesar de só utilizar as cores mais baratas) e sim, porque é apegado a antiga e vê nela a figura de um grande amigo.
E, é neste ponto que Aires fixa o manifesto da tabuleta; nunca escrito mais idealizado e nomeado. Eis que este perdigoto tentará traduzir o que entende em relação a isso.
-Filosofia da Tabuleta:
Ideia principal

Todos nós somos tabuletas. Algumas mais velhas, outras mais novas; vemos o tempo e as pessoas nos classificarem de tal forma e não nos opomos. Afinal, somos nós que classificamos elas como tabuletas então, por que não a recíproca? Por que não o retoque? Por que sentir medo de tal classificação?

  • Caso tu sejas um leitor de agudo raciocinio, ja percebe, primeiramente, o mero objeto que é a tabuleta. E, se formos mais fundo, quantos indivíduos utilizavam outras pessoas como meros objetos? Vimos guerras, disputas familiares, embates e a violência urbana sendo comandadas por "grandes homens" que não nos tratavam com mais apego que a um lápis ou a uma pedra, por exemplo.

Tabuletas são a mera imagem chamativa e, as vezes, representativas de algo que nem a imagem interior vemos. Desta forma, temos outras vertentes da concepção e utilização da ideia "Tabuleta":

  1. Mera imagem. Sem propósito aparente senão, a atração.
  2. Expressão contínua de ideia "carro-chefe"; imutável.
  3. Utiliza-se a segunda premissa sem a ideia de imutabilidade. Tudo depende da conveniência do escultor.
  • Com isso temos, necessariamente, a profusão dessa(s) ideia(s) dentro de cada indivíduo. Este criador, com sua visão, molda e renova suas tabuletas mantendo assim, sua vida e sua ideia de existência e domínio particular do alheio.
  • Custódio é, neste ponto e através das ideias difundidas acima, um membro da 3ª vertente mesmo esquecendo que, na verdade, sua tabuleta foi destruida por seu descuido; os cupins poderiam ter sido combatidos e assim seria necessario apenas o retoque.

De acordo com esta filosofia, mostraremos como e quando se utilizam as expressões e conceitos de: "retoque","abandono" e "construção".

  • Retoque - Tentativa de maximizar sua tabuleta. Pode ser também, a procura pelo retorno da moldagem antiga e/ou minimização dos defeitos da mesma. Tem-se ai, uma clara tentativa de manutenção do que existe no mundo do criador.
  • Abandono - Abdica-se a tentativa de retoque. Surge então a necessidade de uma(s) nova(s) tabuletas(s).
  • Construção - Nasce de três pilares:
  1. Materia-prima - necessita de uma boa procedência e de um bom local de cultivo. Cuidado ao escolher sua matéria-prima: possui 2/5 de responsabilidade no sucesso de uma boa tabuleta.
  2. Artesanato ou manufatura - momento em que a habilidade do criador é posta em questão: uma tabuleta ideal seria aquela cuja necessidade de retoque é mínima ou inexistente. Muito tempo é necessário para que se fomente uma tabuleta bem esculpida entretanto, para uma falsa imagem, pouco tempo é suficiente. Nesta fase, se cria a confiança, a dureza e a temperança entre o escultor e a tabuleta. Importância: 2/5.
  3. Acabamento - tem, basicamente, a mesma função do retoque. Pode ser caracterizada pela formulação da imagem e/ou layout gráfico de sua tabuleta. Não se engane: há criadores que saltam etapas acabando sua tabuleta antes do tempo - isso denota tabuletas de boa aparência contudo, seu interior é fraco e pobre. A utilização deste artifício serve para que exista uma disparidade invisível entre a ligações externo-interna. Criadores e pessoas experientes conseguem desnudar de forma fácil, toda e qualquer relação além do simbólico-real existente. Importância: 1/5.

-Conclusão:

Descoberto como criar, reparar e manter sua(s) tabuleta(s), eis qu lhe abro os olhos: neste momento deve-se, como reflexão, observar o mundo e as pessoas e perceber quem manipula e quem é manipulado, além de um híbrido dos dois - o manipulado-manipulando (mais comuns). Esta filosofia não provém deste intelecto apenas. Aires em 1900 e talvez antes, já via os indivíduos de tal forma.

Como algo atemporal, encaixe como manipuladores eternos desta filosofia os políticos. Em tempos de eleição, observe suas tabuletas expostas, vivas e circulando pelas ruas; procure descobrir quem te manipula, seus amigos verdadeiros e as concepções "osmóticas" que você possui. É a identidade individual que torna o mundo coletivo. O homem necessita se compreender para perceber que se torna inteiramente ele apenas como os outros. Isto posto, surge a vontade de melhoria do meio e de todo o resto; isto posto, este manifesto atinge o propósito a que foi criado: dotar você da certeza de que outras pessoas não possuem boa fé e da sua auto compreenção de que é uma tabuleta.

Findo isso, chegamos a última fase da construção: o acabamento. Seja você algo melhor do que fui, sou e serei.

06/07/08/09

2010

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