sábado, 19 de março de 2011

poematopeia

Salvo pelos tempos antigos,
Clamo a nobre virtude e aos sonhos.
Onde o tempo de imprevistos, previsto era;
Onde a terra que utopia era, era dividida.
Mas se o Nada e o Tudo são,
Em sua confissão, completude,
Como será então algo em sua
Completa magnitude?
A necessidade se reproduz.
A esmo e a medida; e os sonhos são
Como a ingenuidade e um leve beijo de
Menina.
Na necessidade, eis que surge a saída;
- Seria a luz no fim do túnel?! Ou apenas
Algo que ve para remediar todos os problemas?
(Algo que, digamos, seja mais palpável que a luz.)
Notadamente, para a necessidade vem o nada.
Assim como para o carro vem a estrada e,
Nesse ciclo eis que vive, tão quanto seja possível.
at the end.
13/02/2011

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Considerações acerca do avanço ao futuro e da vida

Passei os últimos dias num futuro
Assustadoramente próximo.
Refleti sobre meu ka e o subdividi,
Por horas e horas.
Questionei a mim, e só a mim qual
Seria meu caminho e o que eu deveria
Fazer, dehoje em diante.
Confesso: me perdi.
Stephen havia dito e apenas nesses dias
Consegui entender: o super ego que carregamos
No presente é insuperável.
Tudo que enxergava era magia, glória e
Brilhantismo. Não me vi, sequer por um
Instante, perdendo o fio da meada da minha
Vida.
Me amedrontei. Percebi que o mesmo homem de preto
Que o pistoleiro seguia agora ria em minha frente.
Da mesma forma ele me propunha duas escolhas;
Da mesma forma eu me via cansado e obstinado a chegar
A Torre, fosse qual fosse o percalço. Não obstante, pela
Primeira vez me vi como alguém que ainda tem um fardo
A carregar e que por vezes, é ele que me carrega.
Retornei ao homem, o olhar e o sorriso.
Percebi com tudo que havia passado, que era esse o meu momento
De co-criar algo que nem ele, nem meu ka previam; e assim lhe disse,
Com os dentes trincados e lágrimas nos olhos:
- Te vejo em breve.
E saltei;
Saltei das pontes em destroços para a imensidão negra
Sem qualquer ideia do que viria abaixo.
Deixei que a magia, a glória e o brilhantismo fizessem
O que haviam proposto ao meu pobre destino.
E, sinceramente, eu espero.
18/02/2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Autopsicografia - Fernando Pessoa, título igual, poema diferente.

Sou palavras.
Nada mais do que isso.
Imagens, pinturas, fotos, caricaturas
Minhas, nada disso me interessa.
Sou, tão e somente, palavras; as vezes dispersas, ilógicas
Ou insensatas; as vezes tranquilas, sensíveis e pensadas; as vezes
Invisíveis, mudas ou caladas; as vezes agudas, tenazes e bizarras; as vezes,
Tão profundas que na imensidão do mundo que a profere, passa despercebida. Sou
Palavras: sou amor.
Se as dores do mundo vem para dignificar o Homem, que venham.
Se a velhice vem para tornar o Homem mais sábio, que chegue.
Se a escola torna o Homem mais hábil, que se faça.
Mas que isso tudo não nos crie uma carapaça onde se esconde quem
Verdadeiramente somos e o que queremos. Mediante a tudo isso e a possibilidade
De alguém ter tido a mesma idéia do que eu, reafirmo o que escrevo:
Sou palavras.
Nada mais do que isso.
Sou palavras:
Sou amor.

13/11/2010

Nuvem

Observar tudo de cima
E ter companheiras com a mesma função;
Não me preocupar com baboseiras,
Me manter sempre são.

Movimentar sem saber onde vou,
Atiçar a curiosidade das pessoas pelo que sou
E assim...Não! (o vento muda e o pensamento também)

Me mantenho afastado de sentimentos
(Mesmo que quando pesada, chore);
De medos (mesmo invisível a aparição do sol);
De certezas (apesar de saber que a qualquer hora estou lá)

...

"-Olha lá - dizia o garoto meio encabulado.
-O quer que eu veja, moleque? - retruca o pobre velho, cuja mão enlaça a do jovem rapaz.
-Aquela nuvem...se parece...comigo! - sorri a criança a olhar para o velhote.
O velho apenas balança a cabeça e continua andando. Uma pena. Não descobriu algo importante naquele dia."

30/01/2010

Apologia a Lua I

Oh, doce lua!
Quando por ti, no meu quarto, observado,
Sinto que nada pode se perder,
Vejo e compreendo juramentos que fiz e ainda vou fazer,
E antecedo que a descoberta da morte se faz de forma doce e agradável.

Ainda assim, tu me traz saudade
De quando criança, adulto e velho;
Das brincadeiras que antes abominava e hoje venero;
Do medo que antes não tinha e hoje se faz presente;
Dos sentimentos que sempre julguei idiotas e hoje necessito;
Da necessidade e da felicidade que as almas cruas e frias (ou assadas e quentes =D) me trazem;
De desconhecer o conhecido e conhecer o desconhecido.

E, ao observar a ti, lua cheia,
Vejo que a falta de todos se faz presente,
Para sempre em minha mente.
...

"Pobres neurônios, para onde foram?
Levei-os para passear...
E os deixarei lá por um tempo;
Para que possa carregá-los
Apenas mais uma vez".

29/01/2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Três canções, três reflexões, varios momentos que se interligam

Bom, tudo numa única semana. Todas as músicas que aqui eu postar foram, em dado momento, refletidas e apresentadas a amigos, em momentos diferentes, sob circunstâncias diferentes. Cada uma tem sua parcela na minha semana. A do Bob Dylan foi algo meio filosófico, entre Sêneca e Machado, planejo escrever algo particular que relacione tudo, além desta música ser algo que transcende (e muito) o padrão de uma canção/poema é quase um conto, ou uma novela/romance. Já "Yesterday" é além de uma homenagem, um tributo a Lennon e Paul McCartney e aos Beatles mas a Paul principalmente, por ter acontecido o show aqui, no Brasil (um sucesso). Finalmente, "O Tempo" de Móveis Coloniais de Acaju, para mim a que mais representou a semana e o ano como um todo. Espero que entendam aqueles que tentarem procurar reflexão naquilo que postei hoje. Beijocas.

Like A Rolling Stone - Bob Dylan (Trecho)

"You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?

How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?"



Yesterday - The Beatles

"Yesterday
All my troubles seemed so far away
Now it looks as though they're here to stay
Oh, I believe in yesterday


Suddenly
I'm not half the man I used to be
There's a shadow hanging over me
Oh, yesterday came suddenly


Why she had to go I don't know
She wouldn't say
I said something wrong now I long
For yesterday


Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe in yesterday


Why she had to go I don't know
She wouldn't say
I said something wrong now I long
For yesterday


Yesterday
Love was such an easy game to play
Now I need a place to hide away
Oh, I believe in yesterday"

O Tempo - Móveis Coloniais de Acaju

Letra e Música: http://www.youtube.com/watch?v=cKtXh98jFuM

Ao Vivo: http://www.youtube.com/watch?v=1CaCq_p5voI&feature=related

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

log

Sou aquele que tu não vês;
E que deitado na bruma dos
Teus pensamentos se esconde.

Sou aquele que tu prezas;
E mesmo em tua reza, é aquilo
Que tu pensas que penso também.

E a quem serve alguém que diz ter
O amor tão distante de si?
Não sei. E se soubesse não lhe diria.
Já que é tua responsabilidade e
Tua vontade que contesto.

E o faço por que tu tens medo.
Medo da resposta; medo da aposta;
Medo do silêncio e da ausência;
Medo da saudade e do reencontro.
Terminada a conversa:
-Vem cá e me dá um amplexo!

11/06/2010