Passei os últimos dias num futuro
Assustadoramente próximo.
Refleti sobre meu ka e o subdividi,
Por horas e horas.
Questionei a mim, e só a mim qual
Seria meu caminho e o que eu deveria
Fazer, dehoje em diante.
Confesso: me perdi.
Stephen havia dito e apenas nesses dias
Consegui entender: o super ego que carregamos
No presente é insuperável.
Tudo que enxergava era magia, glória e
Brilhantismo. Não me vi, sequer por um
Instante, perdendo o fio da meada da minha
Vida.
Me amedrontei. Percebi que o mesmo homem de preto
Que o pistoleiro seguia agora ria em minha frente.
Da mesma forma ele me propunha duas escolhas;
Da mesma forma eu me via cansado e obstinado a chegar
A Torre, fosse qual fosse o percalço. Não obstante, pela
Primeira vez me vi como alguém que ainda tem um fardo
A carregar e que por vezes, é ele que me carrega.
Retornei ao homem, o olhar e o sorriso.
Percebi com tudo que havia passado, que era esse o meu momento
De co-criar algo que nem ele, nem meu ka previam; e assim lhe disse,
Com os dentes trincados e lágrimas nos olhos:
- Te vejo em breve.
E saltei;
Saltei das pontes em destroços para a imensidão negra
Sem qualquer ideia do que viria abaixo.
Deixei que a magia, a glória e o brilhantismo fizessem
O que haviam proposto ao meu pobre destino.
E, sinceramente, eu espero.
18/02/2011